Revista Mandrágora: gênero e religião nos Estudos Feministas
Chamada de artigos para o v.21, nos. 1 e 2
A Mandrágora
convida pesquisadoras e pesquisadores em estudos feministas
e religião a colaborarem com artigos para as duas próximas
edições da revista, que em 2015 passa a ter publicação
semestral.
Para a edição do primeiro semestre de 2015 serão aceitos artigos para as seções de temas livres, de comunicações, resenhas e entrevistas.
Para a edição do segundo semestre de 2015, além de artigos sob temas diversos, serão aceitos também artigos para o dossiê sob o tema Gênero,
Religião e Direitos Humanos. Segue-se a chamada para o referido dossiê.
Chamada para o dossiê Gênero, Religião e Direitos Humanos
Em 2015, estaremos há 20 anos da “IV Conferência Mundial sobre a Mulher” realizada em Pequim (China), cujo avanço conceitual em relação às conferências anteriores realizadas no âmbito da ONU, possibilitou finalmente reconhecer os direitos das mulheres como direitos humanos e como questão de interesse universal, adotando-se então a perspectiva de gênero. No entanto, a igualdade de gênero coloca-se ainda hoje como um desafio nas mais diversas instâncias sociais e certamente no âmbito de parcela significativa das religiões ou de segmentos religiosos. É sintomático o fato de que, enquanto a proposta de uma conferênciainternacional sobre direitos das mulheres tenha partido de uma mulher representante do Irã na ONU no início dos anos de 1970, a simples adoção do termo “igualdade entre os sexos” tenha sido objeto de contestação por parte de líderes religiosos ou professando uma fé religiosa.
Grupos religiosos conservadores e fundamentalistas continuam a se opor a políticas de igualdade de gênero no campo semântico e também prático em diversos aspectos, tais como a ampliação de direitos sexuais, direitos reprodutivos e até mesmo no âmbito das políticas educacionais. Não raro sob o manto de bandeiras que se situam também no campo dos direitos humanos, como o relativismo cultural, o respeito à diversidade e à vida. Ainda assim, as religiões e os estudos de religião não puderam passar ao largo da influência dos movimentos e dos estudos feministas. Embora nem sempre contem com a mesma visibilidade dos grupos conservadores, segmentos progressistas também se fazem presentes nas diversas religiões, inclusive através de organizações feministas de cunho religioso. Afinal, se mulheres têm sido alvo de políticas igualitárias não é por outra razão senão pelo fato de serem também elas, professando ou não uma fé religiosa, protagonistas de lutas e de ações em prol da ampliação de direitos sociais e do reconhecimento e respeito à diversidade.
Inserem-se na proposta do presente dossiê
artigos que discutam formas e contextos nos quais grupos
religiosos interpõem obstáculos ao reconhecimento de direitos a
indivíduos e/ou estratos sociais, assim como o protagonismo de
grupos, movimentos e associações de cunho religioso e/ou feminista
religioso na promoção da justiça social, da igualdade de gênero,
de direitos sexuais e reprodutivos, de combate à violência em todas
as suas formas e de direitos humanos em geral. São bem-vindos
também artigos que tratem de aspectos teórico-metodológicos na
abordagem de direitos humanos e religião desde a perspectiva de
gênero, das representações de gênero e representações
religiosas da diversidade no curso de ações sociais, da divisão
sexual do trabalho no âmbito de associações religiosas atuando
na promoção da cidadania, da justiça social e de direitos
humanos.
Agradecemos seu interesse em nosso trabalho,
Naira Carla Di Giuseppe Pinheiro dos Santos
Universidade Metodista de São Paulo
nairapinheiro@gmail.com
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